Chuva e problemas nas alegorias marcam primeiro dia de desfiles da Série A na Sapucaí

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Na noite desta sexta feira, 21 de fevereiro, deu início ao carnaval carioca de 2020, com os desfiles das escolas de samba da série A.  A Marquês de Sapucaí recebeu as sete agremiações, das quatorze,  que vão concorrer à uma vaga pra desfilar no grupo especial no próximo ano. O primeiro dia de desfile começou com uma chuva fina e constante.

A primeira escola à desfilar é a terceira agremiação mais nova da Série A, o Acadêmicos de Vigário Geral, que volta à Marquês de Sapucaí após 21 anos. Campeã da Série B de 2019 com o enredo “Mwene Kongo  – O Reino Europeu na África que se tornou Folclore no Brasil”. A escola da Zona Norte abriu os desfiles da sexta-feira. Para o carnaval de 2020, a presidente Betinha reforçou os quadros da escola com a contratação do intérprete Tem-Tem Júnior, o mestre de bateria Luygui e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jefferson Gomes e Paula Penteado, do carnaval paulistano. A Vigário, dos carnavalescos Alexandre Costa, Lino Salles, Marcus do Val e Rodrigo Almeida trouxe para à avenida o enredo “O conto do vigário”. Fez um bom desfile.

A Acadêmicos da Rocinha do carnavalesco Marcus Paulo, que faz sua estréia solo no carnaval, foi a segunda a desfilar, e levou para à avenida a história de Maria da Conceição, uma escrava do Congo trazida para o Brasil e que aqui se tornou a guerreira Maria Conga. Ela foi considerada uma heroína em Magé, cidade que tem o único quilombo reconhecido na Baixada Fluminense, o Quilombo Maria Conga. A escola enfrentou um problema com a terceira alegoria, que teve dificuldade para passar no meio da Sapucaí e deixou um grande buraco no desfile por alguns minutos. Fez um desfile bem abaixo do esperando. Apesar de trazer um ótimo enredo, a escola de samba que vem correndo pelas pontas na disputa para não cair.

A Unidos da Ponte 10ª colocada no desfile de 2019, levou para a Sapucaí o enredo “Elos da eternidade”, do carnavalesco mais novo da Sapucaí, Lucas Milato, fez uma conexão entre o abstrato e o mundo real para falar dos problemas que o carnaval vem passando. O carnavalesco retorna à escola de São João de Meriti depois de ter desenvolvido o enredo que lhe deu o título da Série B em 2018. A chuva que caia na Sapucaí no momento do desfile dificultou um pouco a vida da Ponte. No carro abre-alas, a grande estátua de Zeus teve problemas e quase perdeu totalmente a cabeça.

silvana schneider     

A quarta agremiação a entrar na avenida foi a gonçalense, Porto da Pedra, que trouxe para o desfile de  2020 com um carnaval idealizado por Annik Salmon, ex-integrante da comissão de carnaval da Unidos da Tijuca. Em seu vôo solo, ela desenvolveu o enredo “O que é que a baiana tem? Do Bonfim à Sapucaí”, com o qual vai prestar uma merecida homenagem às baianas da escola. A Porto da Pedra contou com 20 alas, quatro alegorias e 1.500 componentes, e encerrou seu desfile em 53 minutos.

A escola de samba Acadêmicos do Cubango, a vice-campeã de 2019, vem investindo na conquista do título faz tempo. A Verde e Branca de Niterói, na Região Metropolitana, trouxe os carnavalescos Raphael Torres e Alexandre Rangel – que eram da Renascer de Jacarepaguá. A dupla contou a história do patrono da abolição, Luiz Gama, no enredo “A voz da liberdade”. Para a escola, ele foi um dos personagens mais importantes da história do Brasil, mas pouco conhecido. Apesar de um desfile de fantasias e alegorias coloridas e enfeitadas, a escola de Niterói sofreu com problemas em seus dois primeiros carros. O abre-alas perdeu a conexão entre suas duas partes, o que pode custar um décimo de punição. Já algumas estátuas da segunda alegoria apresentaram alguns defeitos.

 

A penúltima escola a pisar na avenida foi a Renascer de Jacarepaguá. Com o enredo “Eu que te benzo, Deus que te cura’, do carnavalesco Ney Júnior – que estreia na Série A – a Renascer mostrou o trabalho e a importância, principalmente das mulheres benzedeiras, com sua sabedoria e sua fé. Ao decorrer do desfile, a escola usou essas mulheres como inspiração para mostrar a diversidade de manifestações espirituais. A Renascer de Jacarepaguá teve 21 alas, três carros e um tripé e 1.600 componentes, e usou os 55 minutos na marca do pênalti.     

Quem encerrou a primeira noite dos desfiles da série A, foi a Império Serrano. A escola de samba de Madureira em 2019 foi rebaixada do Grupo Especial. A tradicional verde e branca trouxe para avenida o tema “Lugar de mulher é onde ela quiser”, enredo do carnavalesco Júnior Pernambucano, que exaltou a força feminina na sociedade e homenageando personalidades da escola, como a cantora Dona Ivone Lara e a ex-presidente Neide Coimbra. A escola começou com diversos problemas em fantasias e alegorias. Uma das alas mais tradicionais do carnaval,a ala das baianas, tiveram de entrar com fantasia incompleta, sem as saias. Com 23 alas, três carros e um tripé e 2.100 componentes, o Império Serrano teve de correr um pouco ao final do desfile, mas conseguiu atingir os 55 minutos.

 

 

3 thoughts on “Chuva e problemas nas alegorias marcam primeiro dia de desfiles da Série A na Sapucaí

  1. Realmente, o que a organização do Império Serrano fez com suas baianas é vergonhoso, um desrespeito às entidades supremas do Samba. Melhor desfile de sexta foi da Cubango.

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