5 desfiles históricos que marcaram o Carnaval do Rio de Janeiro

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Carnaval do Rio

A expectativa para o Carnaval 2022 só aumenta e é hora de relembrarmos desfiles que marcaram a história do Carnaval do Rio. Vamos relembrar cinco desfiles que estão na memória do folião carioca desde que foi inaugurado o sambódromo Marquês de Sapucaí em 1984:

Mocidade 1985 – Ziriguidum 2001

A Mocidade Independente de Padre Miguel vinha de bons resultados nos carnavais de 1983 e 1984 sob a batuta de Fernando Pinto. A escola fez dois desfiles fortes com “Como era verde o meu Xingu” e “Mamãe, eu quero Manaus”. Para 1985, Fernando Pinto preparou um carnaval futurista baseado na conquista humana do espaço sideral. Fernando deixava os carnavais tropicalistas e nacionalistas para desenvolver um enredo de ficção científica. Ele utilizou a luz do sol do desfile ao amanhecer para criar alegorias  prateadas e produzir um efeito único. Dessa forma, jogando com as cores, Fernando Pinto criou um desfile criativo com discos voadores, luas, astronautas etc. Assim, trazendo ainda um grande samba, a Mocidade ganhou o título e Fernando Pinto ficou para a história do Carnaval do Rio.

Vila Isabel 1988 – Kizomba, a festa da raça

A Vila Isabel vinha de grandes carnavais com Max Lopes entre 1985 e 1987. Entretanto, a escola perdeu o seu patrono Mirinho. Além disso, ficou sem quadra e com grandes dificuldades financeiras para fazer seu carnaval. Mesmo assim, a escola se uniu e, através da ideia de Martinho da Vila, entrou na Sapucaí para fazer história em 1988. Kizomba, a festa da raça era um enredo baseada na origem da palavra Kizomba que era a confraternização do povo negro. Era um enredo em homenagem à negritude no ano que marcou o centenário da Abolição de 1888. Dessa forma, a escola entrou na Sapucaí com materiais alternativos e os carnavalescos Milton Siqueira, Paulo César Cardoso e Ilvamar Magalhães souberam trazer materiais mais baratos, mas que impactassem o público, além de trazer a mensagem do belo enredo da escola. Aliado a tudo isso, ainda tinha um sambaço que provocou uma catarse na Sapucaí. Mesmo com todas as dificuldades, a Vila foi a grande campeã do Carnaval do Rio de 1988.

Beija-Flor 1989 – Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia

Acostumada a trazer o luxo para a Sapucaí, a Beija-Flor se preparou para trazer o lixo em 1989. A partir de uma ideia genial de Joãosinho Trinta, a escola de Nilópolis trazia um enredo de crítica social sobre a luxúria do povo brasileiro através do contraste da pobreza dos mendigos com a riqueza da elite brasileira. Era um enredo que retratava a desigualdade social do Brasil. Dessa forma, a Beija-Flor trouxe um primeiro setor com alas de mendigos e uma crítica à Igreja Católica com o abre-alas simbolizando o Cristo Redentor como um mendigo. Essa alegoria marcou o Carnaval do Rio com a frase “Mesmo proibido, olhai por nós” devido à censura ao carro na véspera do desfile. Joãosinho cobriu o carro com um plástico preto e colocou a frase épica. Na sequência, a escola fez críticas a outros setores da sociedade como a polícia, imprensa etc. Com uma apresentação histórica, a Beija-Flor se consagrou e, mesmo com o vice-campeonato de 1989, marcou a história do Carnaval do Rio de Janeiro.

Estácio 1992 – Paulicéia Desvairada – 70 anos de Modernismo

Tradicional escola do Rio de Janeiro, a Estácio vinha crescendo a cada ano desde que mudou seu nome de São Carlos para Estácio de Sá em 1983. A escola subiu para o Especial e, a partir de 1984, evoluiu a cada ano, primeiramente com Rosa Magalhães e, depois, com Mário Monteiro. Em 1992, a Estácio preparou um enredo em homenagem aos 70 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. A dupla Mário Monteiro e Chico Spinoza preparou um carnaval alegre, solto e com um samba contagiante para conquistar o público. A comunicação com o público na Sapucaí foi o principal ponto do desfile, além da bateria da Estácio. A escola conquistou o público de cá e fez um desfilaço para ganhar seu primeiro e até aqui único título no Grupo Especial do Carnaval do Rio.

Salgueiro 1993 – Peguei um ita no norte

Após uma fase ruim financeiramente e administrativamente, nos anos 80, o Salgueiro voltou a ter um forte apoio financeiro para colocar seu carnaval no final dos anos 80. Dessa forma, a Academia do samba retornou aos grandes carnavais e a brigar por títulos. Após o desfile de 1992, que deu uma boa colocação, a academia apostou no carnavalesco Mário Borriello, que terminou o carnaval anterior, para desenvolver um enredo leve e que abordava a viagem do Ita entre Belém e o Rio de Janeiro. Assim, o enredo era uma exaltação às tradições e costumes brasileiros a partir do navio Ita. Com um samba que furou a bolha do carnaval e cantado até hoje nos estádios, o famoso “Explode Coração”, a escola provocou uma catarse na Sapucaí. Desde o começo, o samba foi cantado pelas arquibancadas e deu o título à escola no Carnaval do Rio de 1993.

 

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