A realidade dos cartões postais do Rio de Janeiro
Por Claudine Varela
O Rio de Janeiro é uma das capitais brasileiras com grande tradição turística, conhecida e reconhecida como destino internacional. Mesmo assim, seus cartões postais têm detalhes não tão bonitos vistos de perto.
Saindo do Aeroporto Santos Dumont a pé, já se percebe a falta de cuidado com o entorno, que faz parte do Aterro do Flamengo, um imenso cartão postal, que abriga outros em seu interior, como a Marina da Glória, o Museu de Arte Moderna (MAM), a Praia do Flamengo e a Enseada de Botafogo.
Se, de longe, a imagem é linda, ao passear pelo Aterro, o turista e os moradores da cidade encontram grama e árvores maltratadas, esgoto vazando em vários pontos, bueiros destampados e buracos. Além do lixo deixado pelos frequentadores e o trazido pelas águas da poluída Baía de Guanabara.
Tatiana Eirado, frequentadora da Enseada de Botafogo, onde pratica exercícios, aponta o esgoto vazando na passagem subterrânea para pedestres e ciclistas um problema contínuo. “Todo dia esse esgoto está aí. Quando chove, a gente só pode usar essa passagem daqui e ainda pelo cantinho, desviando do esgoto. Pela outra é impossível atravessar, porque enche.”
Outro frequentador da área, Victor V., alerta para o perigo dos fios aéreos, que saem de um poste e entram pela passagem subterrânea, para alimentar sua iluminação. “Toda a fiação daqui é subterrânea, agora, pra iluminar a passagem tiram do poste e passam por cima da nossa cabeça? E ainda é emaranhado!”
Até no caminho para o Cristo Redentor, os pedestres encontram buracos, vazamento de esgoto e tampas de bueiro bambas. Continuando o caminho até o final de Copacabana, pode-se encontrar pedras portuguesas soltas pelo calçadão e buracos onde deveria haver pedras. Próximo ao acesso ao Forte de Copacabana, sempre com filas para visitação turística, há fios expostos e falta de iluminação à noite, ao caminhar para a praia pela colônia de pescadores.
Essa não é a primeira vez que esses problemas de falta de conservação são expostos, mas, pelo jeito, até agora a lembrança que eles estão lá não está fazendo com que eles sejam corrigidos. E se essa é uma pequena parcela dos problemas que encontramos caminhando por pontos turísticos na Zona Sul da cidade, o que haverá nos lugares esquecidos pelo turismo?