O início da era universitária e a luta contra o desemprego afetam jovens, segundo IBGE

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Miriam Lima no intervalo de descanso do trabalho

O término da faculdade é o fim de um ciclo e o início de outro para muitos jovens na faixa dos 20 anos. A entrada em uma universidade é uma das maiores alegrias para quem almeja investir na carreira profissional, porém a conclusão dos estudos muitas vezes é motivo de angústia para os recém-formados, já que se inicia a disputa por uma vaga no mercado do trabalho.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os trabalhadores entre 18 e 24 anos são os que mais sofreram com o desemprego no ano de 2019.

Ainda que a crise econômica seja o desencadeador da falta de emprego, há outro ponto que deve ser levado em consideração quando o assunto é mercado de trabalho: muitos dos que buscam uma vaga acabam sofrendo por não terem prática ou experiência suficiente para encontrar um bom emprego.

 O crescimento do mercado informal

De acordo com o IBGE, é o setor informal que vem puxando a queda no desemprego. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado chegou a 11,7 milhões de pessoas, novo recorde registrado, com alta de 3,9% frente ao trimestre anterior e de 5,6% em relação ao mesmo trimestre de 2018.

O principal fator que alimenta o trabalho informal é, justamente, a alta tributação. Para o empregador, esse tipo de trabalho é bem mais vantajoso financeiramente, visto que o cidadão fica livre de pagar uma quantia relativamente grande para o Estado. Por esse motivo, muitos empregadores optam pelo trabalho informal, já que os trabalhadores, na maioria das vezes, encaram essa forma de trabalho por não ter outra opção.

A tabela acima mostra que enquanto a taxa de desocupação na Bahia foi 16,4% no quarto trimestre de 2019, entre os jovens de 18 a 24 anos de idade, faixa etária em que normalmente se encontram muitos recém-formados e pessoas em busca do primeiro emprego, a taxa mais duplicava, indo a 34,1%.

 

Formada em 2013 quando completava 22 anos, a jornalista Miriam de Oliveira Silva Lima (28), hoje trabalha como vendedora e balconista de um shopping center em Salvador e relata a dificuldade de atuação na sua área de formação: É difícil ter que aceitar essa realidade. A gente estuda quatro anos de nossas vidas para se deparar com o desemprego. A área é vasta, mas ainda sim, é fechada para o mercado na área de comunicação. Espero que um dia essa realidade mude e nos faça sentir mais valorizados e realizados. Mas, ainda posso afirmar que amo o jornalismo! ”

O comunicólogo Fabio Almeida (38) formado em jornalismo no ano de 2016 traz essa realidade: “Me formei em meados de 2016 e desde então não ingressei no ramo da comunicação. Já trabalhei muito de graça para conseguir experiência na área e não me arrependo, isso faz parte. Hoje sou revendedor de produtos naturais, e vou me virando como posso. É uma luta diária, e temos que ser perseverante. O mercado é muito cruel, mas temos que ir para cima e nunca desistir dos sonhos. Ser feliz fazendo o que gosta é o principal objetivo para completar a vida que escolhemos para seguir”.

Fabio Almeida em visita à RecordTV BA na época da Faculdade

Reportagem: Jacson Gonçalves
Fonte: IBGE
Fotos: Arquivo Pessoal

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