Tragédia na Boate Kiss – todo dia a mesma noite

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Em seu livro”Todo dia a mesma noite” Daniela Arbex, repórter investigativa do jornal Tribuna de Minas, traz relatos verídicos de uma tragédia que assombrou o Brasil no dia 27 de janeiro de 2013. A noite em que ocorreu 242 mortes fatais devido à imprudência dos empresários Elissandro que foi condenado a 22 anos e seis meses, Mauro, a 19 anos e seis meses e Luciano e Marcelo, 18 anos. O Incêndio na Boate Kiss em Santa Maria ocorreu durante o show da banda Gurizada Fandangueira quando o vocalista acendeu um artefato pirotécnico e as faíscas acabaram pegando na espuma acústica que foi improvisada por um material inferior e inflamável. Quando a fumaça tóxica começou a se espalhar pela casa noturna houve muita correria e confusão. O local não tinha nenhuma saída de ar ou porta de emergência o que ajudou a estabelecer o caos. Especialistas afirmam que e o material acústico fosse o adequado o numero de mortes seria menor, pois a intoxicação pela fumaça foi a maior causadora dos óbitos.

Arbex  reviveu todas as histórias contadas pelos sobreviventes e familiares das vítimas. Sua sensibilidade e humanidade ao transcrever cada relato, passa ao leitor um pouco do sentimento de indignação e justiça sobre aqueles que devem ser responsabilizados. Com essa obra ela tira todas as vítimas de um mero número e dá voz aos afetados. O estabelecimento já havia sido autuado pelo corpo de bombeiro algumas vezes antes do ocorrido, mas mesmo assim permanecem de portas abertas, juntando naquela noite o dobro de pessoas que o espaço comportava. O Caso só foi levado a júri oito anos após o incêndio e a duração do julgamento ocorreu ao longo de dez dias, juntamente com os sócios da boate o vocalista da banda foi indiciado com 18 anos de prisão. Os sobreviventes carregam sequelas  permanentes de falência de órgãos, queimaduras, pânicos e limitações físicas.Em homenagem e com o sentimento de dever cumprido, Daniela Arbex registra como memorial as vidas e o caso aferido. A partir desse caso outras boates espalhadas pelo país foram visitadas e autuadas por irregularidades no funcionamento. 

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