A produção realizada no último ano pré-pandemia foi um grande sucesso de espectadores com casa cheia em todas as sessões no eixo-Rio- São Paulo.

A produção realizada no último ano pré-pandemia foi um grande sucesso de espectadores com casa cheia em todas as sessões no eixo-Rio- São Paulo.

Por Débora Damasceno

A Grécia Antiga é a origem do teatro musical que tinha como premissa as apresentações em homenagem aos deuses gregos. Em 550 a.C, Atenas foi o palco onde a dança e a música se completavam com escancaradas doses de interpretação para as celebrações que eram entregues aos deuses. Esses rituais foram se aprimorando e modificando com o tempo até chegar ao musical. 

 

  A primeira produção musical como conhecemos hoje foi “The Beggar ‘s Opera”(A Ópera dos Mendigos), produzida em 1728 na Inglaterra. Críticas populares e políticas faziam parte da produção com histórias reais e músicas populares da cultura. Os espetáculos da Broadway se tornaram um padrão de grandes produções do século XIX, se popularizando em países  como Brasil. 

 

  “My Fair Lady” foi a primeira adaptação da Broadway no solo brasileiro com cerca de 150 profissionais. A partir daí, todas as reproduções da Broadway que eram reproduzidas em outros países tinham diretrizes rígidas a serem seguidas para manter o alto nível da produção. Charles Moeller e Claudio Botelho foram os únicos com autorização da Broadway para as reproduções aqui no Brasil.  

 

Quando em 2000, Moelller e Botelho fundaram a T4F (Time For Fun) única empresa que produzia musicais no Brasil. Visando o mercado que estava se iniciando, eles compram oficialmente a franquia do “pacote completo” de todas as produções da Broadway passando a ter direito de produção sobre todas as obras.  Em 15 anos, o Brasil assumiu a posição de grandes produções internacionais com bom corpo técnico dentre os artistas. O investimento inicial de 60 milhões de reais foi superado em eficiência de realização.

 

  Obras puramente brasileiras foram feitas com narração biográfica de grandes nomes da cultura como Elis Regina e Tim Maia. A história da cultura brasileira tomou conta dos palcos  e foi muito bem recebida pelos telespectadores. O Brasil se tornou um grande exemplo de produções assumindo em 2012 o 3° lugar em termos de produção musical. 

 

  Merlin e Arthur foi uma das produções realizadas no último ano pré- pandemia e foi um grande sucesso de espectadores com casa cheia em todas as sessões no eixo Rio – São Paulo. A Direção de efeitos foi um dos marcos para o espetáculo que apresentou o Mago Merlin interagindo com os atores no palco sem que estivesse de corpo presente só por meio de grandes telões. O espectador foi transportado a outras dimensões com o mágico das histórias arturianas.  

 

  Com direção de Guilherme Leme e texto de Márcia Zanelatto, a obra retrata o mito Arturiano da Era Medieval. Arthur, interpretado por Paulinho Hoska, cantor de MPB, foi um valente cavaleiro. Merlin um mago com origens duvidosas que passou a ser conselheiro, após Arthur retirar a espada da rocha e ser conclamado Rei dos Bretões. Guinevere se torna rainha ao se casar com o Rei. Desse amor entre Arthur e Guinevere, se esperava a união entre os Bretões que lutavam entre si. 

 

Lancelot, Rei Arthur e Guinevere no triângulo amoroso / Foto Divulgação Google
Lancelot, Rei Arthur e Guinevere no triângulo amoroso / Foto Divulgação Google

 

  Sem sucesso na unificação do povo, o mago Merlin interpretado por Vera Holtz aconselha Arthur a criar a Távola Redonda. Uma mesa redonda em que seu significado estava em igualar todos os melhores e mais guerreiros cavaleiros. Nela não havia hierarquia, pois todos são igualmente ouvidos e considerados. Lancelot, amigo íntimo do Rei, e antigo amor de Guinevere assume uma das cadeiras. 

 

  Com a nova aproximação de Lancelot, o amor adormecido reaquece e a história entra em um drama amoroso. Com o dilema de uma invasão dos povos Saxões e o triângulo amoroso Arthur se vê perdido entre o que seguir. Neste momento o mago traz reflexões e citações da literatura filosófica tentando mostrar o caminho a Arthur que é levado a viajar ao passado e enxergar sua essência. 

 

  O musical foi composto por 25 músicas de Raul Seixas que foi uma das inspirações revolucionárias de alguém em busca de uma sociedade alternativa. A Obra teve críticas diretas à política que estava sendo vivenciada no processo eleitoral do país. 

 

Cartaz do espetáculo Merlin e Arthur estreado no Rio no Teatro Riachuelo
Cartaz do espetáculo Merlin e Arthur estreado no Rio no Teatro Riachuelo

 O Teatro musical se tornou um dos principais entretenimentos entre Rio e São Paulo chegando a arrecadar R$1 bilhão de reais em São Paulo no ano 2018.  Os artistas estão cada vez mais especializados e preparados para esse ramo do teatro. Não basta saber dançar ou cantar é preciso dedicação, empenho e preparação para se destacar no mercado que está ficando cada vez mais rico.

 

Oficiais do Rei tramam revolta / Foto divulgação Google
Oficiais do Rei tramam revolta / Foto divulgação Google

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *