Canal Boi com Abóbora fará live sobre o carnaval de 2004

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Jornalistas Fábio Fabato e João Gustavo Melo relembrarão os desfiles do carnaval carioca de 2004, vencido pela Beija-Flor, mas marcado pelo surgimento do carnavalesco Paulo Barros e pela reedição de grandes sambas.

Nesta sexta-feira (04/09), o Canal Boi com Abóbora, comandado no Youtube pelos jornalistas Fábio Fabato e João Gustavo Melo, com a direção do carnavalesco André Rodrigues, a partir das 22h, fará mais uma viagem ao túnel do tempo dos desfiles das escolas de samba. Nas últimas sextas, a dupla relembrou momentos marcantes dos carnavais de 1989, 2016 e 1994, com encontros únicos como na live de 94, com a participação das carnavalescas (e amigas) Rosa Magalhães e Lícia Lacerda, e da live de 2016, com os protagonistas do título da Mangueira daquele: o carnavalesco Leandro Vieira e a porta-bandeira Squel Jorgea (foto abaixo)

Live do Boi com Abóbora: acima e à esquerda, Fábio Fabato; acima e à direita, João Gustavo Melo; abaixo e à esquerda, Leandro Vieira; abaixo e à direita, Squel – 21/08/2020

Porém, a próxima live remontará ao ano de, o primeiro carnaval em que estive mais interessado em saber sobre as escolas de samba.

Na época, eu tinha apenas sete anos e muito dos meus interesses estavam voltados ao desfile da Caprichosos de Pilares, que homenagearia a apresentadora Xuxa. Mas o ano de 2004 reservaria emoções maiores, como a reedição de sambas antigos, autorizada pela Liga das Escolas de Samba. Quatro escolas optaram por reeditar de sambas.

  • Aquarela Brasileira (1964), do Império Serrano;
  • Lendas e Mistérios da Amazônia (1970), da Portela;
  • Festa do Círio de Nazaré (1975), da Unidos de São Carlos, reeditada pela Unidos do Viradouro;
  • Contos de Areia (1984), da Portela, reeditada pela Tradição.
Escultura do segundo carro da Portela sobre a lenda do Sol e da Lua. Fev. 2004

O público e os desfilantes tiveram a oportunidade de reviver momentos inesquecíveis desse espetáculo através da belíssima exibição da Portela de 2004, no último grande momento do carnavalesco Jorge Freitas no Rio de Janeiro (desde 2005 que ele trabalha apenas no carnaval de São Paulo). A reedição do clássico “Aquarela Brasileira”, de Silas Oliveira, fez o Império Serrano superar a grave crise política e financeira que enfrentava e proporcionar um momento histórico com a exibição desse samba. A escola conquistaria o Estandarte de Ouro de melhor escola do ano.

O público também se emocionou ao ver a procissão do Círio de Nazaré no desfile da Viradouro, reproduzindo com muita dramaticidade uma das maiores festas religiosas do país. Aliás esse desfile teve a contribuição artística do próprio João Gustavo Melo e do historiador Miguel Santa Brígida.

Uma outra personagem marcante desse ano foi a chuva, que caiu forte na segunda-feira de carnaval, prejudicando bastante a exibição das primeiras escolas da noite (Tradição e Porto da Pedra); em contrapartida, os componentes da Beija-Flor desfilaram sem medo de sujar a fantasia, assim como no carnaval de 1986 (Mesmo a chuva de 2004 não ter chegado aos pés do dilúvio do carnaval de 1986). Com o melhor samba da safra de obras inéditas exaltando a cidade de Manaus e a preservação da floresta amazônica, a Beija-Flor sagrou-se bicampeã (havia sido campeã em 2003).

Abre-alas da Beija-Flor – Fev. 2004

Muito se pensou que a disputa daquele ano ficasse entre a Beija-Flor, a Mangueira (que tinha feito mais um desfile luxuoso e de grande impacto estético) e a Imperatriz de Rosa Magalhães e seus enredos para lá de elaborados. Mas teve escola “azarona” que puxou para si todos os holofotes e conquistou um inédito vice-campeonato.

A pouco badalada Unidos da Tijuca promoveu a última revolução no carnaval com o carro “A Criação da Vida”, que falava sobre o DNA humano. E nada melhor que 127 pessoas para representá-lo, formando uma torre humana em tons de azul prateado, realizando movimentos sincronizados que impactaram os presentes, fruto da imaginação de um novato, Paulo Barros, hoje um dos carnavalescos mais conhecidos do grande público. De tanto se repetir nos jornais, aquele carro se tornou, por muito tempo, a imagem mais marcante desse ano em minha memória seletiva.

Carro do DNA do desfile da Unidos da Tijuca – Fev. 2004

Para saber de outros desfiles e momentos marcantes do carnaval de 2004 é só ativar o sininho para prestigiar os comentários de Guga Melo, Fabato e companhia a partir das 22h. Recomendo: prepare o café ou energético, pois a conversa vai render até altas horas, mas vale muito a pena, pois mais do que nunca, as escolas de samba precisam é de pessoas interessadas em sua história para que elas se mantenham vivas.

Assista também o canal às terças-feiras, quando eles realizam o quadro “Cama de Gato”, entrevistando grandes personalidades da história do carnaval.

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