Acabou de aterrissar nas telinhas da plataforma de streaming a versão brasileira da série Queer Eye, que traduzido literalmente para o português quer dizer olho estranho ou esquisito. Mas, de estranho ou esquisito o reality show não tem nada. Os seis episódios são fragmentados por histórias de superação, engajamento, e recheados com muita emoção e empatia ao próximo.

Queer Eye é uma série em formato de reality show, conduzido por um elenco de cinco profissionais de diferentes áreas de atuação, chamados carinhosamente pelos participantes, que têm suas histórias destrinchadas em cada episódio, de “os fabulosos”.

O seriado homônimo é baseado na série norte-americana e segue o mesmo formato, o qual sofreu alguns ajustes para se adequar às realidades do Brasil. A original foi aclamada pelo público e ganhou nove Emmys, inclusive quatro prêmios seguidos de Melhor Reality Show Estruturado.

A primeira versão de Queer Eye foi ao ar em 2003, e teve exibição até 2007. Os fabulosos ajudavam os participantes em cinco quesitos: moda, beleza, cultura, casa e comida. Em 2018, a Netflix resolveu trazer de volta o reality e manteve os mesmos moldes, abordando os mesmos temas. Aqui no Brasil, no entanto, a fórmula sofreu ajustes.

A versão brasileira manteve os cinco gurus, sendo que o tema comida deu lugar a bem-estar, a cargo do médico Fred Nicácio. “Nós moramos em um país continental, que está no mapa da fome. Então, não faz sentido falar sobre isso [culinária] nesse momento. E segundo, comida/vinhos não é algo cultural do Brasil. A gente teria que, no mínimo, transformar a categoria em churrasco e cerveja (risos)”, explicou o carioca em material enviado à imprensa.

No mais, a Queer Eye brasileira não tem muita alteração em relação ao que é transmitido na versão americana e da Netflix. Os fabulosos demonstram de modo intimista, espirituoso e de raciocínio perspicaz, as experiências na frente das câmeras com muita naturalidade. Além de Fred Nicácio, o grupo é composto por Lucas Scarpelli, que fica a par das dicas sobre cultura, Guto Requena é o designer de interiores, Rica Benozzati o responsável pela moda, e a beleza fica por conta do francês Yohan Nicolas.

Cada episódio promete uma montanha russa de sentimentos, fazendo você rir e chorar nas mesmas proporções. A princípio você pode até pensar que é um desses programas de transformação que assistimos nas TVs,  e pode até ser. Mas, além das transformações físicas promovidas pelas dicas dos profissionais, a maior delas, sem sobra de dúvidas, é a transformação de foro íntimo, que cada participante vai resgatar em diferentes circunstâncias. Os fabulosos confessam que essas transformações acontecem não apenas com os alvos, mas eles próprios são afetados também.

A primeira temporada do Queer Eye Brasil, contada em seis capítulos, narra a reviravolta da vida de seis personagens de diferentes mundos. O primeiro é sobre uma assessora de imprensa, que vai arrancar risadas a todo custo e que tem a vida modificada com a chegada dos fabulosos. O segundo é um dos mais emocionantes, do tipo que tem que assistir com lencinho ao alcance da mão, ao contar a história de um pai solo que foi obrigado a cuidar dos filhos com a perda da mulher para o câncer de mama.

Se depender da química, desenvoltura e ótima performance dos apresentadores –  os fabulosos –  e das boas histórias exteriorizadas na primeira temporada, já podemos contar com outra leva de capítulos que podem ser produzidos futuramente pela plataforma de streaming.

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