A Cidade do Rio de Janeiro e a sua vocação para encantar quem a conhece

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Largo dos Guimarães é um ponto de referência em Santa Teresa, bairro que se localiza na região Central do Rio de Janeiro - Foto de João Marcelo Barbosa

O Rio de Janeiro é uma cidade turística por natureza. Não poderia ser diferente. Sua beleza e atrações ecléticas são convites para dias felizes na cidade maravilhosa. São praias, montanhas, cachoeiras, cantos históricos característicos dos grandes centros que já serviram como capital (no Rio isso aconteceu tanto na época do Império, como na República) e muita boemia. Exemplos da vocação são o Largo de São Francisco da Prainha, o Pão de Açucar e o bairro de Santa Teresa.

O Largo de São Francisco da Prainha, situado no bairro da Saúde, zona central da cidade, aos pés da Rua Sacadura Cabral e no sopé do Morro da Conceição, tem um valor histórico para a cidade e para o país. Na época do Império os escravos vindos da África eram expostos nas sacadas de seu Largo para serem comercializados para os senhores das casas grandes.

Hoje ainda é lugar de resistência e beleza de nossa cidade, abrigando sambas consagrados como Moça Prosa e Escravos da Mauá, bloco tradicional desde a década de 90 quando realizava, semanalmente, apresentações de samba na praça. Atualmente o local é referência de boa gastronomia, capitaneado pelo Restaurante Angu do Gomes, Bafo da Prainha e Casa Porto.

O Cristo Redentor é uma das sete maravilhas do mundo pelo símbolo que representa e pela vista que proporciona. Mas o Pão de Açúcar, inaugurado no ano de 1912, não fica atrás, sendo um passeio marcante subir em seu teleférico a partir da Praia Vermelha e alcançar, no primeiro trecho, o Morro da Urca e, deste, para o segundo morro que dá nome à atração turística: Pão de Açúcar, cuja vista para a Praia do Flamengo, Urca, Niterói, Copacabana e outros pontos da Zona Sul carioca são de inebriar. O passeio pode ser feito pelo teleférico, Residentes da cidade pagam a metade do valor, mas tanto os moradores da Cidade Maravilhosa como os turistas têm a possibilidade de subir a partir de uma trilha que se inicia na Pista Claudio Coutinho, que fica colada à Praia Vermelha.

Outra maravilha do Rio de Janeiro é o bairro de Santa Teresa, localizado na região central da cidade, no topo de uma colina, com uma atmosfera encantadora e semelhante a uma vila. Ruas íngremes e sinuosas são ladeadas de mansões antigas e elegantes, muitas com hotéis boutique sofisticados, bares de coquetéis peculiares ou restaurantes românticos com vista para a baía. Além dos estúdios de artistas, “Santa” tem o Museu da Chácara do Céu, exibindo arte europeia e brasileira, e o evocativo Parque das Ruínas, com uma galeria de arte construída em torno das ruínas de uma mansão.

A jornalista Eugênia Rodrigues, 46 anos, é moradora do bairro há mais de 30 e não muda seu endereço de jeito nenhum: “Santa Teresa é um charme em forma de vida! Temos o Parque das Ruínas com sua arquitetura belíssima que abriga eventos culturais maravilhosos, além da super vista para a Baía de Guanabara. Temos o Mercado das Pulgas, um dos redutos de samba do bairro… Além da gastronomia riquíssima, desde o Aprazível, lugar lindo com uma culinária refinada e deliciosa; o Mineiro, que serve uma das feijoadas mais gostosas do Rio de Janeiro; o Explorer Bar, que serve drinques um mais lindo e gostoso que outro; aos bares tradicionais frequentados tanto por moradores como turistas, como o Serginho, perto do Parque das Ruínas e o Armazém São Tiago, na Rua Áurea.”

Santa Teresa ainda possui uma particularidade: é o único bairro carioca a utilizar até hoje os bondes como meio de transporte, o que acontece, ali, desde 1872, quando empresários fundaram a Companhia Ferro-Carril de Santa Teresa. Sobre o bonde, Eugênia faz uma justa ponderação: “Andar de bonde é um privilégio, leva a gente até o Centro muito rapidamente e de forma agradável, apreciando a paisagem do bairro com o vento no rosto. Uma pena que virou programa para turista e não para todos os cariocas porque nós, moradores, temos gratuidade de acesso, mas os bilhetes custam um determinado valor, podendo ser utilizado o dia inteiro. Mas, mesmo assim, inviabiliza seu uso para a maior parte dos cariocas de outros bairros, um passeio de um casal e 2 filhos, por exemplo.

Como diz Gilberto Gil em uma canção, “o Rio de Janeiro continua lindo”, acolhendo os cariocas e turistas que nos visitam!

Por João Marcelo Barbosa

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