Cresce a procura por aulas de futevôlei, nas praias cariocas
Esporte se torna preferência para quem pratica exercícios ao ar livre
Já foi o tempo em que as areias das praias cariocas eram, exclusivamente, um lugar para pegar um bronzeado. Neste cenário, já surgiram inúmeros modismos e tendências, que vão de biquínis ousados a esportes que levaram o gingado e o sotaque carioca mundo afora. Nos anos de 1950, nascia nas areias da Princesinha do Mar – Copacabana, o frescobol, e de lá pra cá vieram a altinha e o futevôlei.
O futevôlei é uma prática esportiva jogada em quadras montadas nas areias das praias. Oriundo do Rio de Janeiro, surgiu por volta da década de 1960. Desde então, a modalidade, que mistura os movimentos dos dois esportes mais populares do país, o futebol e o vôlei, se popularizou dentro e fora do Brasil.
As praias cariocas, que sempre foram referências para curtição e pegar um sol à beira mar, demonstram que também são lugares propícios para praticar esportes. Quem olha de longe vê um emaranhado de redes que se integra à paisagem, se misturando com os atletas, professores e curiosos, que cada vez mais buscam o bem-estar através do futevôlei.
Com o fim do isolamento social, e a flexibilização das medidas preventivas tomadas em razão da COVID-19, a procura por exercícios físicos ao ar livre aumentou vertiginosamente. Deste modo, pessoas de todas as idades foram em busca do esporte popularizado nas áreas das praias cariocas, o futevôlei.
A cidade do Rio de Janeiro possui 80 quilômetros de faixa de areia, na qual existem hoje mais de quarenta escolas especializadas e regulamentadas pela prefeitura, com mais de 5 mil alunos inscritos, entre homens e mulheres de várias idades. Isso sem contar as diversas redes informais de futevôlei, usadas de maneira recreativa e espalhadas pela orla.
“Sempre que vinha pedalar ou caminhar no calçadão parava para observar as pessoas jogando o futevôlei. Confesso que queria muito aprender, mas achava que não tinha gingado para praticar. Até que um dia tomei coragem, e procurei uma escolinha e passei a fazer as aulas. Há mais de cinco anos pratico o esporte, e é só recompensa. Porque se exercitar é bom para a saúde”, relata o servidor público Alexandre Miranda.
Mesmo não sendo muitos os recursos necessários para montar uma escolinha de futevôlei, o índice de pessoas à procura do esporte é alto. A cada dia o número de adeptos da modalidade esportiva tende a subir. A prática do esporte nas areias gera ótimos resultados: além de manter um excelente condicionamento físico, o futevôlei tem uma boa relação com a motivação conveniente ao desafio mental.
Na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, há pelo menos cinco escolinhas espalhadas pela orla. Boa parte das escolas registram diariamente um número expressivo de matriculas de novos alunos, que se inscrevem em busca de aprender a jogar o futevôlei. No verão a procura por vagas para essas aulas é ainda maior.
As aulas iniciais partem de exercícios individuais e repetitivos. Com jogadas ensaiadas entre aluno, bolas, rede e professor. Depois de algumas aulas, os iniciantes passam a fazer simulação de partidas, bem como os torneios, que são misturados entre aprendizes e veteranos. Tudo isso serve para demonstrar que o futevôlei é um esporte inclusivo.
A prática do futevôlei tem um vasto leque de benefícios para a saúde. Em uma hora na areia jogando o esporte, é possível perder em média 600 calorias, equivalente a uma corrida ou a pedaladas de bicicleta. O exercício na areia exige muito da respiração, sem contar que trabalha a parte cardíaca e as musculaturas do abdomem e dos membros superiores e inferiores.